Filipe Rosso Dorneles representa o SINMGRA no Curso de Formação de Jovens Sindicalistas

O Dirigente Sindical Filipe Rosso Dorneles está participando do Curso de Formação de Jovens em Israel, que acontece em Jerusalém, na Histadrut, Federação da União dos Trabalhadores em Israel, fundada em  1920. O programa Israelense teve seu inicio este ano em 30 de outubro e vai até o dia 22 de novembro.

O programa Mashav foi criado em 1950 e promove cursos sobre diferentes disciplinas, em seus centros de formação em Israel. As atividades visam desenvolver os recursos humanos e habilidades profissionais, combinando teoria e prática que enfatizam a erradicação da fome e da pobreza através de um desenvolvimento contínuo, proteção ambiental, desenvolvimento comunitário e transferência de tecnologia. O Mashav já recebeu mais de 50.000 bolsistas de todo o mundo sendo que destes, cerca de 500 são brasileiros.

A participação brasileira é organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), este ano temos três representantes no curso, um da cidade de Pederneira e outro de Cerquilho (SP) e o diretor de imprensa e comunicação do Sinmgra Filipe Rosso Dorneles.

SINMGRA participa do 2ª Congresso Mundial da Industriall

No Rio de Janeiro durante os dias 03 à 07 de outubro a Industriall Global Union que representa mais de 50 milhões de trabalhadores, está realizando seu 2º Congresso Mundial. O evento conta com a presença de mais de 1.400 sindicalistas de vários continentes.

O Sinmgra está sendo representado através de seus dirigentes sindicais Noeldi Trindade (Nando), Gualberto Dusser (Castelhano), Jesus Alves, Marcia Peroza, Eloir Flores e Catiuscia Vargas. Segundo o diretor executivo do Sinmgra Noeldi Trindade (Nando):

“Para o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Gravatai(SINMGRA), este congresso da industriall é de vital importância para os trabalhadores do Brasil e do mundo, pois estamos tratando um plano de ação de luta,  para os mais de 50 milhões de trabalhadores do mundo!”

No evento aconteceu o encontro do Comitê de Mulheres e da Juventude, foi uma conferência entre os continentes africano e americano. As dirigentes metalúrgicas do mundo todo foram unanimes em apoiar a decisão de que até 2020 tenha-se a participação efetiva na estrutura da Industriall de 40% de mulheres.

O Congresso que vai até o dia 07 de outubro debaterá o plano de ação global da entidade, focando na luta contra precarização do trabalho e na liberdade para ação sindical. Quem quiser acompanhar o evento, poderá fazê-lo através do site www.industriall-union.org/congress2016, o congresso está sendo transmitido ao vivo.

Metalúrgicos aprovam proposta de lay-off na GM em Gravataí e asseguram direitos dos trabalhadores

Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí realizou assembleias em dois turnos

Os trabalhadores da General Motors de Gravataí (RS) aprovaram por unanimidade a proposta de lay-off que assegurou benefícios, mesmo diante do afastamento do trabalho. A medida foi discutida em duas assembleias realizadas na troca de turno da noite e na tarde de quinta-feira (26/11) pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (SINMGRA).

– Não foi, obviamente, o que esperávamos porque lutamos é pela manutenção de empregos. Porém, as ofertas de trabalho estão sumindo e por isso, achamos que no quadro atual, foi o melhor possível. Tínhamos que escolher entre a demissão ou o lay-off e a segunda opção foi a melhor – afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari, o Quebra Molas.

O temor dos sindicalistas era de demissão dos trabalhadores, que na prática poderia significar uma dificuldade muito grande de retomada dos postos de trabalho a longo prazo.

– A situação dos metalúrgicos ficou um pouco melhor porque se fosse o desemprego não teria saída e muitos não voltariam ao mercado nos próximos três anos, pelo menos – concluiu Valcir.

Pela proposta aprovada, haverá a garantia de pagamento do 13º salário e férias e, se houver, PPR. Pela legislação, a empresa não seria obrigada a fazer esses pagamentos garantidos através de negociação.

A GM em Gravataí conta com aproximadamente 3 mil e 500 trabalhadores nos turnos do dia e mais 825 no terceiro turno, que é o afetado pelo lay-off. Mais de 26 mil veículos estão estocados no pátio da fábrica de Gravataí e em outros locais, o que dá a dimensão da crise vivida pelo setor automotivo.

Informações para a Imprensa:

Sobre o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí

O Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí representa aproximadamente 14 mil funcionários dos setores metalmecânico, eletroeletrônico, autopeças e montadoras de automóvel. Abrange centenas de empresas do município de Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre, entre elas a montadora General Motors e Sistemistas.

Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí conquista premiação de “Sindicalista do ano”

Valcir Ascari recebeu o título na Câmara de Vereadores de Gravataí na última semana

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (SINMGRA), Valcir Ascari, recebeu o prêmio de “Sindicalista do Ano” da Câmara de Vereadores de Gravataí (RS). A cerimônia de entrega do “Prêmio Destaque da Aldeia 2015” ocorreu na última semana. A premiação visa reconhecer e valorizar as iniciativas existentes na cidade nas áreas social, cultural, esportiva, sindical, religiosa, educacional, comercial, industrial, comunitária, defesa dos direitos humanos, produtor rural e servidor público.

– Fui agraciado com troféu de destaque sindical concedido pela Câmara de Vereadores de Gravataí. Não esqueci de citar Minha Trindade do Sul, Nonoai e Gramado dos Loureiro, cidades da minha infância. Gravataí me acolheu depois. Por esta cidade, recebi o título de Cidadão de Gravataí. Agora, esse é o segundo troféu destaque na área sindical que recebo. Agradeço a presença das colegas de trabalho que foram prestigiar o evento. Agradeço fundo do meu coração pela honraria – destacou Valcir Ascari.

O presidente da Câmara de Vereadores, o vereador Juarez Souza, ressaltou que a entrega do Prêmio Destaque da Aldeia é o momento de o Legislativo Municipal reconhecer o empenho e dedicação de cada cidadão de Gravataí, através da figura dos 11 homenageados da noite.

– Hoje reconhecemos o esforço, a dedicação e a qualidade do trabalho de cada um dos homenageados. Admiráveis lições que apontam para as jovens gerações caminhos de devoção às causas justas que constituem fundamentos para a existência de uma sociedade mais humana e fraterna – afirmou Juarez.

Valcir Ascari começou sua atuação na sindicância na comunidade indígena que nasceu, pois acreditava existir muita terra sem uso e relação a quantidade de pessoas que queriam trabalhar. Conhecido como “Quebra-mola”, fundou em Gravataí, o Sindicato dos Metalúrgicos, que é referência no país, pela conduta e lutas enfrentadas.

Informações para a Imprensa:

Sobre o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí

O Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí representa aproximadamente 14 mil funcionários dos setores metalmecânico, eletroeletrônico, autopeças e montadoras de automóvel. Abrange centenas de empresas do município de Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre, entre elas a montadora General Motors e Sistemistas.

Empresários e trabalhadores confrontam ideias para recuperar setor automotivo no Brasil e no mundo

Encontro Internacional de Montadoras coloca frente à frente trabalhadores e diretores de empresas discutindo soluções para crise que afeta o setor e impacta a economia mundialmente

A visão diferenciada e o confronto de ideias estiveram presentes no primeiro dia de debates da 2ª edição do Encontro Internacional de Montadoras, que teve início nesta quarta-feira (14/10), em Gravataí (RS). O encontro reuniu as principais autoridades no Brasil no segmento, entre líderes empresariais e sindicais. O Presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, foi o primeiro palestrante trazendo uma abordagem sobre o setor e os desafios a serem vencidos.

– Temos a cadeia mais longa da indústria. Começamos na indústria siderúrgica e indústria petroquímica e terminamos no pós-venda. Não existe uma cidade no Brasil que não tenha um posto de combustível ou uma oficina. Atualmente, 45 % dos impostos pagos no Brasil se devem ao nosso setor. Assim como estamos sendo apontados como o setor que está afundando o país, somos os agentes responsáveis pela mudança. Na década de 90 o Brasil comemorou o carro popular lançado a sete mil dólares. Hoje, estamos vendendo carros à preço mais baixo do que àquela época fazendo as devidas conversões da moeda – afirmou Moan

O presidente da Anfavea rebateu as críticas de que são escolhidas cidades fora do eixo das capitais para obtenção de mão de obra barata.

– Gravataí não tinha hotel e nem shopping. Catalão também mudou. Não é verdade que vamos para determinados locais em busca de mão de obra mais barata. É preciso enxergar esse cenário de forma muito mais ampla – disse.

Uma das participações mais representativas foi do presidente do UAW, sindicato que representa os metalúrgicos nos Estados Unidos Richard Bensinger, que fez intensos elogios à organização sindical existente no Brasil.

– Não há outro lugar que eu gostaria mais de estar do que aqui e vou dizer por que. Tenho visto muitas lutas de sindicato, mas nunca em toda minha carreira vi algo tão forte e próximo do trabalhador como o trabalho feito aqui pela Força Sindical. Nós temos muito a aprender com realidades diferentes e estou aqui diante da melhor organização sindical do mundo – garantiu Richard.

O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari, saudou a presença de importantes líderes no setor automotivo.

– Estamos reunindo todas montadoras do Brasil e Estados Unidos. Então, queremos um debate aprofundado sobre o emprego. Nada mais justo do que conversar com os empresários. Não adianta fazer um evento sozinho onde aparece apenas a nossa ideia. A presença do presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, enriquece o debate – declarou.

O prefeito de Gravataí, Marco Alba, parabenizou o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí pela iniciativa.

– Quero parabenizar pela visão e leitura dos fatos sociais com esse evento. O Sindicato soube compreender e diagnosticar que a construção dos caminhos para solucionar a crise, passam pelo debate de ideias. Como prefeito me sinto honrado de estar aqui. Tenho a responsabilidade e dever de acompanhar todos os setores e a classe trabalhadora está de parabéns porque está buscando alternativas e ações concretas – afirmou.

A discussão na abertura do encontro também fez referência ao imenso potencial que a sociedade tem de se recuperar do ambiente de crise que é vivido no setor automotivo. O presidente da Câmara Municipal de Vereadores, Juarez Souza, lembrou que trabalhadores e capital são complementares e um não vive sem o outro.

– O homem com a inteligência que possui e tecnologia existente tem condições de sair dessa crise. As pessoas precisam de empregos e é onde se gera arrecadação para nosso município. Com a crise, há um efeito dominó que atinge as empresas e os operários e nada melhor do que um encontro como esse para o debate disso tudo – afirmou.

Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) e Força Sindical Nacional, Miguel Torres, é oportuna a discussão envolvendo todos os setores pelo momento difícil que passa o pais.

– Quem mais está sofrendo são os trabalhadores. A indústria passa por sérias dificuldades com aumento do desemprego, taxa de juros e da inflação. Além disso, há uma crise de confiança e corrupção. Todos esses fatores misturados representam o que acontece no brasil e por isso vemos tudo com muita preocupação – declarou.

O presidente da Força Sindical do Paraná, Sérgio Butka, fez críticas ao modelo atual.

– As montadoras buscam mão de obra barata para aumentar seus lucros e depois encaminhar isso aos seus países de origem. Agora, não podemos deixar que a crise tire o foco de nossos objetivos que, há muitos anos, começamos junto com o sindicato nos EUA. Temos como propósito a organização e solidariedade de todos trabalhadores em montadoras no Brasil. Queremos que todos trabalhadores brasileiros tenham o mesmo tratamento – discursou.

Também se pronunciaram o presidente em exercício da Força Sindical do Rio Grande do Sul, Marcelo Furtado; o presidente do Sindicato da Borracha de Gravataí, Moacir Bittencourt; o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, Aparecido Inácio da Silva, (Cidão) e o presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos do Rio Grande do Sul, Élvio Lima.

Participam do encontro integrantes do UAW, sindicato que representa os metalúrgicos nos Estados Unidos e delegações de todas as cidades que possuem plantas automotivas como Catalão e Anápolis, em Goiás (GO); São Paulo; São Caetano do Sul (SP); Curitiba (PR) e Volta Redonda (RJ).

A programação continua ao longo desta quinta-feira (15/10) com debates sobre o cenário econômico das montadoras, através do pronunciamento do representante do DIEESE, Roberto Anacleto e também com a discussão do fortalecimento da ação dos sindicatos através da política de redes. Durante à tarde será a vez dos participantes conhecerem a experiência norteamericana do Sindicato UAW. No encerramento a pauta traz o papel do judiciário com a palestra do desembargador Ricardo Carvalho Fraga.

Também acontece audiência pública em homenagem ao Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, na Câmara de Vereadores do município, a partir das 19h.

Programação:

Quinta-feira (15 de Outubro)

9h às 10h30min
Tema: Análise do segmento de montadoras.
Palestrante: Roberto Anacleto – DIEESE.

10h30min às 12h
Tema: Estratégia de fortalecimento da ação dos sindicatos através da política de redes.
Palestrantes: Everaldo e Mônica

12h – Intervalo para almoço

14h às 15h –
Tema: Como sindicalizar em um sistema individual e voluntário.
Palestrante: Richard Bensinger UAW

15h às 16h
Tema: O papel do judiciário trabalhista na aplicação do princípio da proteção.
Palestrante: Ricardo Carvalho Fraga, desembargador federal do trabalho.

16h às 17h30min
Tema: A estratégia que deu certo: redução da jornada de trabalho sem redução salarial.Campanha global de organização no local de trabalho.
Palestrante: Edson Dorneles (SinMgra) Virgínia Coughlin UAW

Sexta-feira (16 de outubro)

9h às 10h
Tema: Terceirização
Palestrante: Sérgio Butka e Iraci

10h às 10h30min
Tema: Medidas criativas para enfrentar a crise no setor automobilístico.
Palestrante: Sidnei Alvarez, diretor da GM

10h30min às 11h30
Tema: Campanha de Sindicalização na Nissan – EUA
Palestrante: Sanchioni Butler UAW

Informações para a Imprensa:

Sobre o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí

O Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí representa aproximadamente 14 mil funcionários dos setores metalmecânico, eletroeletrônico, autopeças e montadoras de automóvel. Abrange centenas de empresas do município de Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre, entre elas a montadora General Motors e Sistemistas.

A força da sindicalização na busca pela garantia da empregabilidade nas montadoras

Encontro promovido pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí mostra a importância da articulação sindical nas negociações entre trabalhadores e empresas automotivas no Brasil e em nível mundial

Iniciados na quarta-feira (14/10) os debates da 2ª edição do Encontro Internacional de Montadoras, organizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (SINMGRA), tiveram continuidade durante toda quinta-feira (15/10) nas dependências do Hotel Intercity, no município da Região Metropolitana de Porto Alegre. O evento que reúne representantes sindicais do Brasil e dos Estados Unidos, propõe a discussão sobre o futuro do emprego nas montadoras de veículos.

Na abertura da programação do segundo dia do encontro, o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari, voltou a destacar a importância de se discutir o atual momento do setor automotivo não apenas no Brasil mas em nível mundial.

– Nossa ideia é criar um debate global para buscar uma saída da crise que o segmento enfrenta, garantindo a manutenção do emprego e da renda dos trabalhadores – afirmou Valcir.

A primeira palestra da quinta-feira esteve a cargo do economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Roberto Anacleto, que fez um apanhado do atual momento vivido pelo setor automotivo no Brasil. Segundo ele, a retração nas vendas de veículos é significativa, mas as montadoras não procuram conversar com os trabalhadores para viabilizar soluções que amenizem esse momento.

– Penso que falta uma agenda mais clara da indústria brasileira e que é preciso ter este compromisso para ajudar o Brasil a retomar seu crescimento, que diz respeito a discutir a reindustrialização do país. A realização de fóruns entre os dirigentes sindicais tem condições de formular uma proposta para levar ao governo e contribuir com o processo de resgate da indústria brasileira. É preciso, urgentemente, fazer algo para recuperar a indústria e os seus empregos – pontuou.

Roberto Anacleto lembrou que a situação econômica atual do Brasil, aliada a alta carga triubutária incidente sobre um automóvel fabricado no país é um fator determinante para a redução das vendas de veículos. Segundo ele, um carro no Brasil chega a custar entre 30% e 40% a mais do que em países como o México, cujo modelo econômico lembra o brasileiro. E essa conjuntura leva as montadoras a adotarem medidas como redução da produção, o que impacta diretamente na empregabilidade de seus trabalhadores.

Redes sindicais

Vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), Mônica Veloso, foi a segunda painelista do dia, falando sobre as redes sindicais. Ela destacou que o trabalho em Redes Sindicais busca promover a cooperação e a solidariedade entre os sindicatos filiados à IndustriAll presentes nas empresas transnacionais do setor de metalurgia, para assegurar que as regras do jogo sejam as mesmas para os trabalhadores cujas condições estejam abaixo dos padrões mínimos.

– As Redes têm sido saudadas, nas duas últimas décadas, como a mais expressiva inovação humana no campo da organização da sociedade. Sem chefe, mas com liderança. Sem “cabeça”, mas toda pensante, a Rede funciona e se sustenta pela vontade e comprometimento político de todos os envolvidos e, portanto, deve ser permanentemente estimulada para a participação proativa dos trabalhadores e sindicatos. É esta sinergia que lhe imprime força e legitimidade. Sem estes princípios bem definidos não há como garantir efetividade em um trabalho de Rede – disse Mônica Veloso.

A painelista lembrou a necessidade da inclusão dos trabalhadores e trabalhadoras da base nas atividades das Redes Sindicais. Para Mônica, é imprescindível que os empregados das empresas participem das ações do comitê, já que eles são os maiores conhecedores da realidade vivida dentro das corporações e os grandes interessados na extensão de direitos e melhoria das condições de trabalho.

De acordo com Mônica Veloso, a criação da Coordenação Estratégica de Redes Sindicais (CERES) em 2013, veio fortalecer a estratégia de atuação em Redes Sindicais da CNTM. A CERES é responsável, entre outras ações, por fortalecer e promover a inserção internacional da CNTM nas discussões de defesa dos direitos dos trabalhadores metalúrgicos, bem como acompanhar os impactos das decisões das multinacionais nas relações de trabalho. E, também construir propostas de formação voltada à realidade, a partir da inserção na ação sindical internacional.

Mônica concluiu sua fala destacando que a Rede Sindical é, em suma, um instrumento de fortalecimento da ação sindical dos trabalhadores de uma mesma empresa multinacional – ou transnacional – nas diversas unidades desta empresa ao redor do mundo, por intermédio da unidade, em busca de igualdade de direitos e melhores condições de vida e de trabalho. Neste sentido, finalizou lembrando ser fundamental intensificar o debate sobre o que é Rede Sindical e o passo a passo para a sua construção e seu desenvolvimento.

Sindicalização nos Estados Unidos

Diretor do United Auto Workers (UAW), sindicato que representa metalúrgicos dos Estados Unidos, Canadá e Porto Rico, Richard Bensinger foi o terceiro palestrante da quinta-feira. Tratando do tema ligado a sindicalização interna, ele destacou que os sindicatos americanos estão tendo que se adaptar a nova realidade de associação voluntária em locais de trabalho sindicalizado, as chamadas open shops.

Besinger ressaltou que existe um grande debate nos Estados Unidos em torno do tema da voluntariedade em se associar aos sindicatos. Tanto que, atualmente, o país possui o mais baixo índice de sindicalização da história, fruto dessa política adotada em muitos estados americanos.

O norte-americano voltou a elogiar a organização sindical brasileira, que está muito mais próximo dos trabalhadores do que seus semelhantes nos Estados Unidos.

– Vejo que os sindicatos devem demonstrar uma atitude positiva, construtiva e não apenas enfocar os atos injustos dos empresários. Os sindicatos devem também ser veículos por meio dos quais os trabalhadores possam apoiar a missão da empresa. Não há necessidade de estarmos sempre prontos para o confronto e sim para a união de todos – avaliou Richard Besinger.

Nos Estados Unidos, não há legislação trabalhista consistente. Direitos como férias, licença-maternidade, auxílio-acidente, seguro-saúde, aposentadoria, participação nos resultados, indenização por demissão imotivada, 13º salário, tão elementares para os trabalhadores formais no Brasil – só são possíveis aos norte-americanos em duas situações: por liberalidade da empresa ou por negociação firmada por sindicatos. Hoje, cerca de 7% dos trabalhadores do setor privado americano estão protegidos por acordos coletivos firmados entre entidades sindicais e empresas no país.

Direitos trabalhistas

O quarto palestrante do segundo dia de atividades do encontro de montadoras foi o desembargador Federal do Trabalho, Ricardo Carvalho Fraga. Ele falou sobre o papel do judiciário trabalhista na aplicação do princípio da proteção, tratando de temas como terceirização, acidentes de trabalho e limite da jornada de trabalho.

Para ele, a terceirização na inciativa privada é um fator que deve preocupar os trabalhadores brasileiros, por gerar um fator que promove distorções nas relações trabalhistas no país. O desembargador falou, também, sobre a contribuição que a Justiça do Trabalho têm dado nas questões referentes aos acidentes de trabalho, lembrando que isso é uma premissa dos trabalhadores brasileiros.

– E mesmo com os avanços da Justiça do Trabalho nessa área, o Brasil ainda é uma dos países com índices gigantescos de acidentes laborais e doenças que surgem em virtude das atividades trabalhistas, algo que nos preocupa muito, já que causa transtornos para a empresa, para os empregados e para a sociedade em geral, que arca com o custo de um trabalhador parado – enfatizou Ricardo Fraga.

Para o magistrado, o momento atual é de absoluto déficit de judicialização penal de acidentes do trabalho. As normas técnicas aplicáveis ao trabalho humano e às profissões, de pouco ou nenhum conhecimento da polícia judiciária (federal ou dos Estados), induz, em 99% dos casos, ao arquivamento prematuro dos inquéritos policiais instaurados para apurar morte ou lesão corporal de trabalhadores.

Em relação à questão do limite da jornada de trabalho brasileira, Ricardo Carvalho Fraga defendeu a ideia da adoção das 40 horas semanais trabalhadas no país. Destacou que o famoso Banco de Horas é algo que desorganiza as atividades das empresas e dos trabalhadores, já que é uma situação em que muitas vezes não se respeita o direito adquirido e, também, promove uma discrepância entre quem deve horas e quem possui horas de folga para gozar.

Redução da jornada de trabalho sem redução salarial

Finalizando as palestras da quinta-feira,SINMGRA, Edson Dorneles, e a diretora do United Auto Workers (UAW), Virgínia Coughlin, abordaram a questão da redução da jornada de trabalho sem redução salarial.

Edson Dorneles salientou que os metalúrgicos sempre atuaram com pioneirismo nas relações trabalhistas brasileiras e a redução da jornada de trabalho sem redução salarial é um feito obtido pelo SINMGRA que muito orgulha a entidade.

– As dificuldades do movimento sindical em avançar nessas tratativas nos levaram a refletir sobre estratégias adequadas para discutir essa questão. E, com isso, conseguimos assegurar essa conquista para os nossos companheiros – salientou Dorneles.

O diretor jurídico destacou que a busca pela redução da jornada de trabalho teve início até antes do reconhecimento do SINMGRA pelo Ministério do Trabalho, o que ocorreu em 2006, com a concessão judicial da carta sindical. Percebendo a dificuldade do movimento sindical em conseguir avançar na pauta nacional pela redução da jornada de trabalho colocada na perspectiva de 40 horas já, é que o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí estabeleceu sua estratégia.

– A partir da data base da campanha salarial de 2010 com o complexo automotivo da General Motors começamos a trabalhar essa questão paulatinamente e o resultado é que em maio de 2014 conseguimos chegar ao denominador comum de uma jornada legal de 40 horas semanais, sem redução salarial, beneficiando mais de 9 mil trabalhadores da GM no município – disse Edson Dorneles.

Com a repercussão das conquistas do SINMGRA, se iniciou uma expansão das negociações em mais empresas com a mesma estratégia que deu certo, a redução gradual da jornada de trabalho. Hoje, mais de 50% da categoria já tem jornada reduzida, atuando em 25 empresas que utilizam esse expediente.

Finalizando as palestras do segundo dia de atividades, Virgínia Coughlin falou da importância dos trabalhadores se organizarem nos locais onde atuam profissionalmente, salientando que essa é uma dificuldade percebida nos Estados Unidos, onde a sindicalização sofreu redução significativa com a voluntariedade de associação. Segundo ela, o sindicalismo brasileiro é um exemplo mundial, pelo grau de organização e pelas causas defendidas com ardor pelos dirigentes sindicais das mais variadas categorias de trabalhadores.

A programação continua na sexta-feira (16/10) com debates sobre terceirização, com a participação do presidente da Força Sindical do Paraná, Sérgio Butka, medidas criativas para enfrentar a crise no setor automobilístico, com o diretor da GM, Sidnei Alvarez, e a campanha de sindicalização na fábrica da Nissan nos Estados Unidos, com Sanchioni Butler, representante do United Auto Workers (UAW).

Sexta-feira (16 de outubro)

9h às 10h
Tema: Terceirização
Palestrante: Sérgio Butka e Iraci
10h às 10h30min
Tema: Medidas criativas para enfrentar a crise no setor automobilístico.
Palestrante: Sidnei Alvarez, diretor da GM

10h30min às 11h30
Tema: Campanha de Sindicalização na Nissan – EUA
Palestrante: Sanchioni Butler UAW

Informações para a Imprensa:

Sobre o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí

O Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí representa aproximadamente 14 mil funcionários dos setores metalmecânico, eletroeletrônico, autopeças e montadoras de automóvel. Abrange centenas de empresas do município de Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre, entre elas a montadora General Motors e Sistemistas.